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A PRÁTICA DA AUTOLESÃO NÃO SUICIDA ENTRE ADOLESCENTES


O que é? Porque à Prática? Como identificar? Como ajudar? Por: Mário Augusto Eccher
 Autolesão não suicida é um ato praticado contra si mesmo, que causa uma dor superficial, mas não pretende causar morte. Exemplos mais comuns de autolesão não suicida está relacionado a cortar ou perfurar a pele com objetos pontiagudos como faca, prego, lâmina de apontador, queimar a pele, arrancar cabelos, bater com a cabeça e tomar altas doses de remédios. As lesões tendem a ser disfarçadas ou escondidas e praticadas nas coxas, barriga, antebraço, seios.                               (Veja Tudo, Click Abaixo)



Este fenômeno tem sido uma preocupação crescente entre pais, educadores e profissionais da área da saúde, pois em algumas ocasiões os adolescentes conseguem esconder, impossibilitando a rápida identificação. O cutting ou o ato autolesivo tem se difundido entre os estudantes, especialmente aqueles que estão passando pela adolescência. Este período é permeado de descobertas e transformações A etiologia do cutting é diversificada, todavia aparenta ocorrer um traço em comum, que é o de alívio das dores emocionais.

O adolescente por estar passando por uma fase de desenvolvimento complexa pode não saber como lidar com os aspectos conflitivos bio-psico-sociais e por conta disso, em função de não ter suporte e estrutura emocional, buscar mecanismos de auto lesão como forma de amenizar as angustias e conflitos. Neste sentido a escola sendo um ambiente que recebe estes sujeitos precisa estar atenta a isso, afinal as relações escolares perpassam o intelectual e o emocional, sua dimensão é muito maior e por este motivo seu olhar demanda ser mais abrangente. A escola se torna o reduto mais rico em relação à concentração de praticantes de autolesão, por envolver adolescentes em estágios de desenvolvimento com diversas características e interesses.
Os contextos nos quais o adolescente está inserido  podem tanto potencializar esse comportamento, como auxiliar na identificação do mesmo. A escola pode ser uma grande aliada, uma vez que o adolescente passa boa parte de seu tempo semanal em suas dependências, tendo a possibilidade de manifestar sinais, mesmo sem intenção, que evidencie o comportamento autolesivo. Isso pode permitir a identificação do comportamento e a tomada de medidas necessárias para que se possa alcançar esses adolescentes, antes que haja danos ainda mais significativos em seu desenvolvimento (DE ARRUDA SILVA; SILQUEIRA, 2017, p.6).
O conhecimento e a identificação dessa prática por pais e professores, são essenciais para que ocorra uma intervenção que possibilite ao adolescente uma oportunidade de manifestar-se verbalmente, colocando em palavras os seus sentimentos. É necessário um acolhimento nestes casos, pois essa prática apresenta-se como uma descarga de energia, para a psicanálise, libidinal (ARAÚJO, 2016).
O conhecimento precoce do desenvolvimento da autolesão se torna uma das principais formas de intervir, bem como a prevenção primária das práticas. Nesse sentido um profissional da psicologia que possa identificar e encaminhar tende a contribuir especialmente nas escolas (CABRAL; SAWAYA, 2001).
Mediante ao supracitado, faz-se necessário estreitar as relações entre pais e filhos, para que haja entre eles relações mais autênticas e fluentes. Desta forma irá facilitar a exposição das angústias e consequentemente a busca por ajuda será realizada de forma mais rápida.  A dor de um adolescente que se autolesiona é grande, por isso pais e outros adultos cuidadores anseiam por orientações que acalmem a própria angústia, possibilitando um apoio adequado ao jovem. Manter a calma será um importante primeiro passo aos pais quando descobrem que o filho se autolesiona. Alguns pais reagem com pânico e desorientação, o que poderá agravar ainda mais a sensação de desconforto do adolescente. Dizer apenas para parar de fazer terá também pouco efeito. No entanto, retirar do alcance do jovem, objetos com que se possa magoar pode ser de extrema importância. Paralelamente e, com efeito, mais duradouro e profundo, será fundamental adotar uma postura de disponibilidade para escutar o que preocupa o jovem e o que esta sentindo. Assim, mostre interesse por aquilo que ele pensa e sente, dando-lhe espaço para (mas não o obrigando a) partilhar.
Em simultâneo, o acompanhamento por um profissional de saúde é essencial para ajudar estes jovens a darem nome às suas emoções, a identificarem formas saudáveis e adequadas de lidar com os seus problemas e angústias, a aumentarem a autoestima e aprenderem a gostar de si mesmos. Em termos familiares é também fundamental repensar o que pode estar acontecendo. Muitas vezes este comportamento denota algumas carências (na família, amigos e outros grupos de referência) que deverão ser analisadas. É essencial restaurar o diálogo de forma a poder ouvir este grito de socorro do seu filho. O cutting não pode ser visto como banal, como um “chamar a atenção”. Ele é o sintoma de uma profunda dor psicológica que não consegue ser expressa e elaborada de outra forma. Por vezes existem episódios em que nem o cortar-se é suficiente para conter a angústia, e então podem ocorrer as tentativas de suicídio. A autolesão já causa mais danos aos adolescentes nas escolas do que as drogas.



Mário Augusto Eccher
Graduando em Psicologia (UNIFEBE – SC)
Psicanalista Clínico (ABMP –DF)

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