De um lado, os órgãos públicos e empresas
mantêm assistentes sociais no quadro funcional; de outro, tais profissionais
apontam a gradativa substituição de seres humanos por robôs, dificultando o
verdadeiro contato com a população. Este cenário foi, detalhadamente, discutido
em recente sessão especial na Câmara de Itabuna. Solicitado pela vereadora Wilma de Oliveira
(PCdoB), o evento marcou a passagem do Dia do Assistente Social, que
transcorreu no último dia 15.
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Uma das falas mais marcantes coube ao assistente social Charles de Jesus, funcionário do INSS – órgão que passou por greve extensa e passa por verdadeiro “desmonte”, denunciam os servidores.
Direto da plateia, ele trouxe questões bastante delicadas, que certamente justificam o fato de estar “congelado” o agendamento de perícias. Conforme o próprio Instituto Nacional do Seguro Social já anunciou, só serão possíveis novos agendamentos no próximo ano. Por falar nisso, uma das reclamações é exatamente pela “robotização”.Ou seja, o cidadão precisa do contato com um
assistente social para relatar a sua dor, mas consegue apenas um robô do outro
lado da linha, para marcar um atendimento de forma absolutamente mecânica. “Jogaram
em aplicativos todo e qualquer tipo de atendimento feito pelo Estado
brasileiro”, disparou Charles.
E mais: revelou que há um volume enorme de
serviços para os poucos assistentes disponíveis. “O processo de avaliação
social, que era antes da perícia, também está sendo substituído por robôs;
trocaram a ordem: a pessoa passa pelo perito primeiro”, denunciou o servidor,
já ciente de que aquela greve não duraria muito tempo.
Humanização versus robotização
Ainda sobre a sessão, também estiveram
presentes os vereadores Francisco Gomes (PSD), Israel Cardoso/Agir (também
assistente social), Kaiá da Saúde (Avante), Manoel Porfírio (PT), Ronaldão e
Sivaldo Reis (PL). Eles compartilharam o debate com nomes como Luciana Seara, Diretora
da Alta Complexidade na Secretaria de Promoção Social; Suse Mayre Moreira, do
Conselho; da
Secretaria de Assistência Social de Itabuna, Dulce Carolina Fonseca, Técnica da
Alta Complexidade; a assistente social Alana D’el Rei, especialista em Saúde
Pública.
“É
uma profissão que lida diretamente com as questões sociais e nós precisamos
celebrar. São profissionais que viabilizam direitos, que tratam das políticas
públicas. (...) Tenho certeza que estive do lado certo da história, porque
estive na porta do INSS, lutando contra a Reforma da Previdência; na porta da
Prefeitura, em lugares estratégicos contra a emenda 95 [Novo regime fiscal]”, recordou
a vereadora.
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