
A legalização das drogas é um assunto muito delicado, considerado tabu na sociedade brasileira. Ou talvez, isso seja mais um clichê para as respostas de questões que não se sabe a resposta... Mas “fiquei de cara” com a matéria especial da revista Veja de 8 de junho de 2011 – que apresentou o documentário Quebrando Tabu, do diretor paulista Fernando Grostein Andrade. O documento faz uma reportagem minuciosa sobre as experiências bem e malsucedidas na guerra às drogas. Com declarações de vários chefes de estados que implantaram e reforçaram suas políticas antidrogas em seus governos, o filme traz informações que tentam desfazer um nó que ainda causa polêmicas.
Vale salientar que entre os chefes de Estado, se não me engano, todos são de direita, ou seja, isso é surpreendente: “Ernesto Zadillo, presidente do México de 1994 a 2000; César Gaviria, presidente da Colômbia entre 1990 e 1994; e o americano Jim Kolbe, congressista republicano que durante seis anos fez parte do subcomitê da guerra contra as drogas, concordam que o resultado de sua cruzada foi inócua, quando não um equívoco”. Isso quer dizer que essa política de bater e prender não deu certo, nem nunca dará, os próprios criadores das regras assumem que a política de tolerância zero instituída nos últimos 40 anos e liderada pelos Estados Unidos não conteve a produção, não impediu o tráfico, nem tampouco conseguiu reduzir o consumo de entorpecentes no mundo.

Dá pra fazer uma exceção e ler a matéria e tirar suas próprias conclusões para debater em casa ou com amigos. Até porque, aparece também a figura do nobre ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), que volta e meia aparece nas notícias sobre o debate da legalização da maconha, especificamente no Brasil. É, isso mesmo, FHC está encabeçando o debate na sociedade, fazendo o que a esquerda teve medo de fazer. Ao se apropriar do discurso, é provável que tenhamos surpresas em 2014... ano de Copa e de... como é mesmo o nome dela?


A realização da Marcha da Maconha é também alvo de polêmicas. Por considerar a manifestação como uma apologia ao uso da erva, a justiça volta e meia acata as liminares dos caretas e a proíbe. Tanto que, em São Paulo, a manifestação aconteceu mesmo sendo proibida. Aí a Polícia Militar é acionada e chega com balas de borracha e bombas de efeito moral. Informações da Folha de São Paulo afirmam que a PM perseguiu por três quilômetros cerca de 700 pessoas que protestavam contra a proibição. Durante a cobertura do protesto, o repórter da TV Folha, Felix Lima, foi agredido e teve seu equipamento danificado pela Guarda Civil Metropolitana. Apesar de estar identificado com crachá, Lima recebeu um jato de spray de pimenta em seu rosto e na lente do equipamento.
Na sociedade, por um lado, o argumento é que descriminalizar o uso é um passo crucial para reduzir o poder dos criminosos dos narcotráficos e os danos causados pelo uso incorreto das drogas. Por outro lado, descriminalizar é tido como uma estreita relação, já que muitas pessoas consideram a maconha a porta de entrada para outras substâncias. Com ela legalizada aumentaria o número de usuários de outras drogas, ou não. O certo é que é preciso discutir e a sociedade se apropriar desse debate, assim como fez o Supremo Tribunal Federal (STF).
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