Agora entendi tudo. Esses anos todos, a revista Veja era aliada incondicional do ex-deputado José Dirceu. Nos subterrâneos do jornalismo, conspirava por sua absolvição no chamado caso do Mensalão.
Com a edição desta semana, atingiu seu objetivo: transformou o líder petista em vítima! Genial. Golpe de mestre.
Em uma ação suicida, publicou na capa a chamada sangrenta: O Poderoso Chefão: O ex-ministro José Dirceu mantém um “gabinete” num hotel de Brasília, onde despacha com graúdos da República e conspira contra o governo da presidente Dilma.
Para construir essa peça de defesa, que será amplamente usada pelo ex-ministro, a revista se superou. Primeiro, infiltrou ilegalmente um repórter no tal hotel em que o “chefão” se reúne com políticos e empresários.
A partir daí, começaram os crimes (da revista, não do Dirceu, que fique claro!). Além de tentativa de invasão de domicílio, a publicação cometeu falsidade ideológica e invasão de privacidade, não só de José Dirceu e seus interlocutores, mas também de hóspedes e funcionários do hotel.
Cuidadosa, Veja produziu provas contra si mesma e, na prática, confessou todos esses atos ilícitos e trapaças. Admite que instalou câmeras nos corredores e que fez seu repórter trapalhão se passar por outra pessoa e enganar uma camareira para entrar no "gabinete".
Foi um escarcéu, com o claro intuito de chamar a atenção de toda a opinião pública. Conseguiu. Para completar, as tais denúncias de conspiração não têm nenhum fundamento. Era tudo manipulação, sensacionalismo. Só o Reinaldo Azevedo acreditou na reportagem.
Não é fácil atingir uma impressão unânime dessas. A matéria tem de estar mal escrita, mal apurada, mal editada, em um esforço de antijornalismo monstruoso, como nunca antes se viu na história deste país. Tá todo mundo indignado. A Veja realmente se superou. Mas atingiu seu objetivo.
José Dirceu agora pode dizer que é perseguido pela maior revista do país, que teve sua vida pessoal e profissional devassada de forma criminosa, que tudo que já foi publicado antes é fruto de puro patrulhamento político.
Alguém precisa desmascarar toda essa armação. Isso não pode ficar assim!
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