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Eleição presidencial, Segurem Seus Radicais!

Estas eleições presidenciais, já se tornou lugar comum dizer, dividiram o País. Sabíamos que, encerrada a apuração, qualquer que fosse o resultado, os perdedores teriam alguma dificuldade em aceitar que democracia é assim mesmo, vence aquele que conquista a maioria dos votos.
Saber reconhecer a derrota é dos gestos mais civilizados e elegantes na política. Nesse ponto, Aécio Neves foi muito digno e fez um discurso sereno que o legitimou ainda mais como líder da oposição. Pena que uma parte de seu eleitorado não esteja à altura do candidato — tampouco da democracia.

Ao se confirmar a vitória de Dilma Rousseff, o que se viu, em proporções assustadoras, foi uma sucessão de manifestações grosseiras, violentas, pesadas, insanas. Seriam apenas ridículas, se não carregassem um preocupante componente fascistoide.
Repleta de ódio e preconceito, a demência eclodiu nas redes sociais e, pateticamente, nas ruas, como no ato em São Paulo que reuniu 30 alucinados que pediam o impeachment da presidente recém-eleita, em um pleito que o próprio Aécio reconheceu como limpo e legítimo.
A organizadora do evento, uma estudante de 21 anos, encheu a boca para falar que "a gente não aceita o resultado da eleição". Vergonha alheia, no caso, é pouco para descrever o grau de constrangimento que causa tamanha estupidez. Também já está rolando na internet um abaixo-assinado pedindo a cassação do mandato que ainda nem começou. Pândegas.
Mas o pior que essa gente mimada e inexpressiva são os milhares de Aecistas (ou Antipetistas, essa nova e lamentável classe política) que descambaram (novamente, é bom frisar) para o crime, lançando ofensas inaceitáveis no convívio humano. Declarações racistas, ataques preconceituosos contra nordestinos e o delírio separatista voltaram com uma fúria sanguinária. Para esses celerados, Dilma foi eleita com o voto de ignorantes, burros, miseráveis, esfomeados, parasitas, comunistas, bandidos e uma extensa lista de palavrões.
Muito feio, principalmente quando essas excreções verbais são proferidas por pessoas de aparente boa formação, que se julgam esclarecidas, muitas ostentando seus privilégios econômicos para diminuir o valor da escolha do inimigo. Deveriam saber que um dos pilares da democracia é o voto de um analfabeto ter o mesmo peso que o voto de um bilionário. Demoramos séculos para chegar a isso — e em um segundo, numa frase, a acefalia política desses terroristas verbais nos devolve às trevas.
Gente assim é indigna de qualquer respeito. Espalha a intolerância e o medo, criando um caldo social asqueroso que, se não debelado a tempo, nos empurra para uma iminente guerra civil. Não é exagero pensar assim, pois não seria a primeira vez na história que o discurso do ódio ganha repercussão suficiente para se tornar um confronto fratricida, com desdobramentos incontroláveis.
Idiotas e malucos existem em todos os grupos e partidos, vide os jovens vermelhos aloprados que picharam a sede da Editora Abril. Nessa hora, vale lembrar a frase de um dos gênios da direita brasileira, o general Goubery do Couto e Silva, que, no auge da ditadura, quando os conflitos se acentuavam, pediu ao então líder da oposição: "Vocês segurem os seus radicais, e nós seguramos os nossos". 
Quem se habilita?

Texto:
O provocador.

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