Durante manifestação por mais segurança e educação no
trânsito realizada na última quarta-feira (15), na Avenida Tancredo Neves,
trecho da rodovia BA-001 que corta a zona sul de Ilhéus, o Grupo de Amigos da
Praia (GAP) doou 14 mudas de Ipê, Pau Viola, Araçá e Jacarandá para a criação
do Jardim Ranitla Scaramussa Bonella, jovem dentista de 23 anos que morreu no
último sábado (11), após ser atropelada enquanto atravessava a faixa de
pedestre. O plantio foi realizado por familiares e amigos da jovem que vieram
de Eunápolis para participar do ato e reivindicar justiça, voluntários, membros
de movimentos sociais, estudantes e representantes de entidades da sociedade.
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O GAP mobilizou moradores e comerciantes locais para que
adotem as árvores plantadas no jardim e cuidem do seu crescimento. Já ocorreram
sete adesões voluntárias. "Convidamos as pessoas a integrar a ação e assim
contribuir para a arborização da avenida, com o intuito de humanizar o espaço,
além de prestar uma homenagem simbólica a Ranitla", explica a voluntária e
engenheira agrônoma, D'avila Maria, uma das idealizadoras do Jardim Ranitla
Scaramussa Bonella. Em seguida, serão plantadas mais mudas em outras áreas da
cidade, até completar o total de 23 árvores, idade da dentista.
A manifestação com parentes e amigos de Ranitla Scaramussa
Bonella aconteceu de forma pacífica e durou cerca de uma hora. Foi organizado
pelo coletivo Por Uma Ilhéus Melhor, que tem como objetivo principal cobrar dos
governos municipal e estadual intervenções para melhorar a mobilidade e o
desenvolvimento urbano da cidade, afim de reduzir o elevado índice de acidentes
de trânsito que acontecem diariamente em diversos trechos, especialmente na
área de duplicação da BA-001, na zona sul.
No feriado do Corpus Christi (16), as voluntárias do GAP,
Jurema Cintra e Silvana Lins, já iniciaram o processo de manejo comunitário das
mudas, adubando, fazendo "ninhos" com folhagem e molhando as plantas.
Quando adultas, as árvores irão trazer flores e frutos para os pássaros.
"Esperamos que a natureza possa dar o conforto que as famílias precisam, e
que de uma história trágica de mortes e acidentes, possa florescer a esperança
e a mudança de mentalidade pela paz no trânsito", afirma Jurema Cintra.
Adequação
A especialista diz ser senso comum no meio técnico que
pessoas de maior poder aquisitivo não respeitam radares. "Não dói no
bolso. As leis de trânsito foram afrouxadas também no último ano de forma que
dificilmente uma pessoa perde a licença de dirigir. É uma permissão e poderia
ser cassada, muito embora os brasileiros considerem um direito. Com tudo isso,
se faz urgente a implantação de lombofaixas. Aí sim, obrigatoriamente, todas as
pessoas têm de reduzir a velocidade. Também, de forma simples, você determina
que o pedestre tem prioridade. E elimina muito a ocorrência de 'rachas'. Os
radares entram como complemento em locais adequados, muito bem estudados antes,
pois quando são mal instalados geram acidentes graves também", enfatiza
Peolla.
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