A cada novo ciclo, a cada nova tecnologia, a cada novo surto de intolerância que toma conta do debate público, uma coisa permanece constante: a tentativa de deslegitimar o jornalismo. O Dia do Jornalista nos convida a refletir sobre o papel daqueles que, mesmo diante de ataques e desconfiança, seguem como guardiões da liberdade e da verdade. Se há alguém ainda tentando manter acesa a luz da razão, mesmo cercado pelas trevas da desinformação e pelo barulho dos tribunais paralelos das redes sociais, é o jornalista.
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O jornalista, hoje, é um sobrevivente. Sobrevive aos ataques de políticos que só aceitam elogios. Sobrevive à desvalorização da profissão e à avalanche de conteúdo gerado por máquinas sem compromisso algum com a verdade.
Agora, com a inteligência artificial acelerando a produção e disseminação de conteúdos, o desafio da imprensa se torna ainda mais complexo.
E aqui está o ponto: a inteligência artificial não é jornalista. Pode até redigir frases, montar parágrafos, cuspir manchetes. Mas não investiga, não confronta o poder, não se responsabiliza por erro algum. Quem paga o preço da verdade — ou da mentira — ainda é gente de carne, osso e CPF.
É claro que há maus jornalistas. Como há maus médicos, maus juízes, maus professores. O problema é que, no caso do jornalismo, o erro não é apenas usado como pretexto para a crítica. É usado como justificativa para o reduzir seu papel na sociedade.
Vivemos uma distopia da informação. O que vale, muitas vezes, não é o que é verdadeiro — mas o que confirma o ódio de cada um. O que viraliza não é o que é justo — mas o que escandaliza.
Nesse cenário, é preciso que alguém ainda tenha a decência de ser impopular. De sustentar o fato diante da versão. De bancar o incômodo diante da conveniência. Esse alguém é — ou deveria ser — o jornalista.
Por isso, mais do que nunca, é preciso defender a imprensa. Se um dia tudo isso ruir, se a verdade for banida de vez, podem ter certeza: o último a apagar a luz será um jornalista.
Por: Andreyver Lima
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