É uma luta inglória. Mas não vou me calar: a música brasileira atingiu seu mais baixo nível, chegou ao fundo do poço, é puro chorume. Acabou. Assunto encerrado. Pode fechar o caixão. E nem precisa enterrar.
Aqui mesmo já lamentei o baixíssimo nível a que chegou a produção musical. Sei do risco de me tornar repetitivo, mas não posso perder a capacidade de me escandalizar com o escândalo: segundo levantamento de uma empresa especializada, a música mais tocada nas rádios brasileiras no primeiro semestre de 2014 é Mozão, do sertanejo Lucas Lucco.
Perplexo com minha ignorância, fui ver afinal do que se tratava, cantor e música. Foi pior do que eu esperava. A canção é simplesmente insuportável, chata, monótona, cretina. Lesada. E o rapaz faz por merecer cantar algo tão inexpressivo: anos atrás, não passaria nem em programa de calouros do Raul Gil.
O moço é um sonífero com anabolizante. Artificial, frio, vaidoso, incapaz de se expressar existencialmente. Sendo justo, são requisitos básicos para suportar uma letra ruminante que diz: “Momôzin vamos fazer assim: eu cuido de você, você cuida de mim. Não desisto de você e nem você de mim. Vamos até o fim”.
Eu não consegui chegar ao final da música. Nem me interessei em saber quais eram os outros sucessos da tal lista de aberrações. Deve ser Benhê, Vidinha, Fofuxo, algo do tipo. Estamos voltando no tempo, rumo aos grunhidos das cavernas. O problema talvez seja meu: agora estou grande, estou barbadinho e não encontro ninguém pra me fazer bilu teteia.
O Provocador.
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