A Prefeitura de Itabuna, por meio da Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza (Semps), transferiu 82 famílias abrigadas no Parque de Exposições para salas da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), depois de as águas do Rio Cachoeira e dos riachos e córregos baixarem. Além de assegurar mais conforto e segurança para as 242 pessoas que ocupavam as baías, a mudança foi precedida de vacinação contra Hepatite A, Influenza (gripe), antitetânica e Covid-19, para crianças e adolescentes acima de 12 anos.
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“Mas, esse espaço aqui, não é um ambiente humano. Tudo bem, é um espaço verde e grande, com estrutura fechada, a facilidade foi porque a Rua de Palha está aqui ao lado. No primeiro momento foi necessário. O que for necessário fazer, porque conheço a realidade de cada um de vocês e estive lá antes do Natal. Em consequência do desastre natural, a gente tem que dar assistência à saúde, alimentação, água, higiene e limpeza. Mas em nível sanitário não é seguro ficar aqui”, apelou.
O prefeito disse às pessoas que a secretária estadual de Saúde, Tereza Paim, visitava o Parque de Exposições por determinação do governador Rui Costa, também preocupado com a situação dos desabrigados. “Mas digo a todos que o ambiente na Universidade Federal é seguro e confortável para receber todo mundo. Vamos oferecer o transporte necessário até que possamos oferecer condições para que vocês reergam suas vidas. Até lá vamos oferecer aluguel social e assistência”, disse Augusto Castro.
Desde ontem, dia 29, que equipes de profissionais de Saúde e vacinadores da Secretaria Municipal de Saúde estiveram no Parque de Exposições Antônio Setenta, na zona oeste, para cumprir a programação que previa a imunização contra doenças, principalmente aqueles que tiveram contato com as águas contaminadas da enchente do Cachoeira.
Há muitos anos, as famílias residentes em áreas ribeirinhas da zona oeste e de baixa dos bairros Maria Matos (Rua de Palha), Urbis IV e Nova Itabuna eram transferidas pela Prefeitura para abrigo nos períodos de cheias do rio. Mesmo sendo um local de uso temporário de animais, principalmente nos eventos agropecuários da cidade, as baias eram limpas, desinfetadas e recebiam lonas para proteger desabrigados e desalojados.
Entretanto, como as enchentes deste Natal foram as maiores já registradas em Itabuna, desde a de 1967, as famílias ficaram isoladas no Parque de Exposições, na segunda e terça-feira, porque o fluxo de veículos ficou interrompido pelo alagamento de um trecho da rodovia BR-415 entre o bairro Urbis IV e Ferradas. Para o fornecimento de água, alimentos prontos e gêneros alimentícios, medicamentos, colchões e cobertores, os bombeiros do 4º Grupamento de Bombeiros Militares tiveram que usar botes e motos aquáticas.
A secretária estadual de Saúde, Tereza Paim, disse que a determinação do Governo do Estado é que toda a ajuda seja oferecida às famílias agora instaladas na UFSB. “É preciso lembrar que há um Decreto estabelecendo que em tempos de calamidade nenhum profissional de Saúde terá férias. A gente está acolhendo as pessoas, já que a atenção primária é fundamental. As pessoas nessa situação precisam ser acolhidas, assistidas. Os riscos são resíduos do Parque de Exposições – pulgas, carrapatos, escabiose, etc. Fora isso, a insalubridade traz agravo de síndrome gripal, há risco de Covid-19 e Influenza. Estamos com pandemia e epidemia. Isso pode trazer risco. Todas as famílias vão sair depois da estratégia com a Prefeitura”, comentou.
Paim disse que a Vigilância Epidemiológica e profissionais da Sesab e da Força Nacional de Saúde vão cooperar no atendimento médico às famílias nas salas da Universidade Federal do Sul da Bahia e cooperar na limpeza das casas onde for possível. “Conversei com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que vai trazer profissionais do Mais Médicos. Ele está chegando a Vitória da Conquista. Estamos remanejando médicos de municípios que não foram atingidos. Estamos vivendo uma catástrofe e a assistência médica é fundamental”, concluiu.
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